domingo, 16 de fevereiro de 2020

A meritocracia no setor público não funciona a contento

Tá, de forma geral o processo para se entrar no serviço público no Brasil é meritocrático. Há algumas exceções, já discutidas aqui no blog, mas no geral, podemos dizer que alguns dos mais bem preparados conseguem passar na peneira do concurso por meio de uma prova que friamente analisa os mais capacitados.

Nesse sentido, acho bastante razoável afirmar que o processo para se adentrar no setor público dá - de modo geral - um verdadeiro banho na iniciativa privada.

Mas infelizmente, o concurso público acaba sendo o alfa e o ômega da meritocracia na administração pública.

Isso porque, muitas vezes, comissionados não concursados e completamente inaptos tomam vagas em repartições públicas, sendo delegados inclusive para chefiar os servidores mais técnicos e geralmente mais bem preparados que são os efetivos aprovados via concurso.

O sistema de progressões salariais geralmente também não é perfeito. Isso porque servidores, por mais horríveis que sejam, tem os seus salários automaticamente aumentados em x anos em diversos cargos públicos Brasil afora. 

Mas aí estamos pisando em ovos e o assunto é mais delicado do que parece, ora, o óbvio pode parasitar nossa mente e nós fazer chegar a conclusão que basta fazer que tais progressões não sejam automáticas, mas sim por merecimento, até aí tudo bem, meritocracia a todo vapor, faz bem para todos. 





O problema é que no serviço público o servidor é refém da maré politica, e ainda que seja muito bom tecnicamente, pode ser prejudicado por questões de politicagem. 

Aí entramos num problema que talvez seja cultural do Brasil, que é o favorecimento de quem faz o jogo politiqueiro - que também ocorre em empresas privadas - em detrimento de profissionais de perfil friamente técnico, completamente indispostos a brincar de politico.

Enfim, um assunto extenso, voltemos a ele em outras ocasiões. 



3 comentários:

  1. Caríssimo Astronauta Desempregado,

    Meu caso é exatamente esse que você narrou acima...mais adiante (agora falta tempo) contarei esta história (e outras) no meu blog...
    Há um "medo" grande, por parte dos "Políticos", no sentido da "colonização" da Alta Administração pela técnica, pois isso deixaria claro e evidente o "gap" existente entre a mão-de-obra selecionada por concurso e mão-de-obra selecionada por "coleguismo". Como são "eles" que mandam, e não "nós", as coisas ficam do jeito que estão...
    O exemplo do Min. Sérgio Moro é bastante elucidativo nesta linha...
    Forte amplexo!!!
    Procurador Pão Duro (procuradorpaoduro.blogspot.com)

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    1. Meu querido, assino embaixo, mas só faço um adendo, por incrível que pareça já conheci bons comissionados, mas são casos raríssimos.


      Abraços e sucesso, vou acompanhar seu blog.

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  2. "meritocracia" é para pobre
    para os amigos do rei o cargo de ministro

    para a filha do ministro, o cargo de desembargadora

    o brasil é uma bagunça e a meritocracia é uma piada: a maioria do pessoa que conheci nas repartições era classe média, filho de classe media


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Nobres leitores, se eu demorar a responder, é porque provavelmente tô fazendo cosplay de eremita e estudando pra concursos.

Aquila non capit muscas