domingo, 8 de outubro de 2017

A patifaria de alguns Concursos para docentes de faculdades públicas



Algo não cheira bem no âmbito dos concursos para docentes em instituições de nível superior Brasil afora.

Os concursos para docência na área acadêmica de faculdades públicas talvez não estejam na nata dos certames públicos, mas sem duvidas tais cargos não são de se jogar fora, com salários iniciais que frequentemente beiram os 10.000R$.

Entretanto, a despeito dos salários chamativos, aliados a carga de trabalho baixa, além é claro do automático status de influente formador de opinião que um professor de faculdade pública detém, concursos para docência em área acadêmica estão entre os que eu mais fico com um pé atrás de participar por conta de fraudes. 

É certo que fraudes correspondem a um fantasma que assombra qualquer concurso, até das bancas mais renomadas, mas nos concursos para professores de faculdades a coisa é mais escancarada.

Não posso afirmar o quão comum este tipo de coisa é nestes concursos, mas é possível que aconteça, isso porque há deixas para tal, em primeiro lugar, são as próprias instituições de ensino superior que elaboram os certames, o que abre brechas para favorecimentos entre conhecidos.

O curioso é que a maioria da instituições de nível superior federais e estaduais, pelo mesmo aqui no RJ, sequer elaboram seus próprios vestibulares, utilizando a nota do ENEM para realizar a seleção de discentes. No mais, os concursos para técnicos administrativos também são realizados por instituições particulares, como a FGV, contratadas pelas instituições de nível superior, aí eu me pergunto porque os docentes não devem ser selecionados também por instituições que não as contratantes.

Alguns editais cometem o despautério de revelar os nomes dos docentes que irão compor a banca elaboradora da prova, geralmente professores da própria instituição, o que facilita o contato de ex-alunos com o mesmo, procurando por informações privilegiadas quanto ao concurso.


Um outro detalhe quase que particular sobre concursos para docência em universidades públicas diz respeito ao fato da grande quantia de pontos  que um candidato pode receber por conta de certificados de mestrado e doutorado, diplomas estes expedidos após conclusões de cursos cujas seleções também são infamemente reconhecidas pela máfia dos favorecimentos entre conhecidos nos meios acadêmicos.


Dito tudo isto, só nos cabe perguntar, por que não há maior regulamentação dos concursos públicos para docentes em faculdades públicas? Por que os concursos para docentes de nível superior são feitos  com tantas falhas de segurança quando comparados a absolutamente quaisquer outros concursos? Afinal os salários destes docentes não são nada magros além de pagos com dinheiro público, bem como seu poder de prestigio intelectual na sociedade e principalmente entre os discentes, o que pode ocasionar favorecimentos a determinadas ideologias.


E por fim, mas não menos importante, por que ninguém fala sobre isso?

25 comentários:

  1. Do jeito que a esquerda adora botar a culpa de todos seus planos frustrados no MBL, denuncia isso para eles. O que vai ter de professor se cagando de medo de perder a bocada não vai ser pouca. Tudo parasita inútil.

    É aquela velha história. Quem sabe faz, quem não sabe ensina.

    Abraços!

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    1. Fala Pobre, sabias palavras, mas acho que, infelizmente, daqui pra frente seria dificil identificar onde é que teve carta marcada em concursos na área acadêmica, o jeito é regularizar a situação o mais rápido possível para que a mamata não continue, abraços!

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    2. Pobre Sofredor... deveria se chamar Pobre de espirito. Você tem ideia do tamanho da asneira que disse?
      Acho que não né... Realmente, a idade média está voltando.

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    3. Praticamente 4 anos se passaram e vemos como as coisas mudara. MBL agora é um braço da esquerda, mesmo com 3 presidenciáveis convidados, não conseguem juntar 2 dúzias de pelegos para protestar.

      Conheci um professor da rede pública libertário, trabalhador em favela e um professor também libertário de universidade pública e há uma reclamação comum deles, sempre a mesma coisa, os colegas de trabalho. Esse professor da rede pública ainda tem os país professores universitários e sempre me vinha desabafar como eles vivem em uma bolha, o pior, eles são daquela época que só precisava saber ler e escreve para passar em um concurso. O mundo caindo aos pedaços e eles achando que ainda temos pouco socialismo, afinal de contas, a ração deles está caindo com regularidade.

      Se acham a aristocracia e vão fazer de tudo para manter o status quo.

      Abraços!

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  2. É, meu amigo... por essas e outras eu desisti de concurso, estou um tanto sem rumo no momento.

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    1. Como assim MIN??? Não desista dos concursos! vc tem td para traçar uma carreira de concurseiro de sucesso!

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  3. A banca da maioria dos concursos mal tem competência pra copiar meia dúzia de questões de livros nos concursos simples, com certeza não conseguiriam avaliar os erros nas provas escritas e didáticas pra professor universitário

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    1. Ola amigo, obg pela participação, entendo o seu ponto, mas tendo a discordar, isso pq sem dúvidas não seriam quaisquer bancas de fundo de quintal a ganhar licitações para fazer concursos de prestigiadas instituições de ensino, apenas bancas mais competentes, já acostumadas a realizar concursos que inclusive contenham provas discursivas entrariam neste meio de concursos para área acadêmica.


      Abraços!

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  4. De fato, podem haver casos de favorecimento nesses concursos para docente do ensino superior. Porém, ao que parece, você não conhece bem a carreira docente e suas atribuições. O ensino é só uma parte dessas atribuições. A construção da ciência brasileira é quase toda ela alicerçada nas universidades públicas, ou seja, a maioria dos cientistas brasileiros são professores universitários. Assim, a pesquisa ocupa boa parte do tempo dos docentes/pesquisadores. Mencionar carga de trabalho baixa é um disparate. Ao contrário de muitos outros cargos públicos, os docentes/pesquisadores trabalham muito mais que as 40h semanais. E ainda há a extensão universitária. Enfim, a carreira docente implica. Sobre a seleção em si. Concursos docentes não costumam ser generalistas. Contratar um docente/pesquisador implica em bancas de especialistas numa determinada área de conhecimento. Nenhuma outra instituição, senão a própria universidade, teria condições de montar uma banca capaz de fazer uma boa avaliação para contratar profissionais para atuarem na fronteira do conhecimento. Ademais, o processo de seleção costuma ter quatro etapas, onde são avaliados os conhecimentos teóricos (prova dissertativa), didático, memorial (descrição da trajetória profissional e atuação o futuro cargo) e de títulos. Ou seja, a seleção é um processo complexo e longo. Há distorções? há.
    P.S. Não chame a Universidade pública de faculdade. São coisas distintas!

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    1. Chegou o doscente pra defender a seleção de seu ganha pão.

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  5. Se é pra ganhar 10k, melhor morrer de estudar pra Analista, Auditor, Perito ou algo parecido do que mendigar até os 30 anos terminando doutorado e no fim ser reprovado pela panelinha.
    Também há o cargo de professor de ensino técnico, exigem apenas graduação e conheço alguns aprovados sem apadrinhamento e poucos Títulos. Depois com doutorado chega-se nos mesmos 10 mil de quem dá aula em graduação.
    E bem... a quantidade de inscritos de professor universitário é irrisória diante de concursos mais "convencionais", acho q é UM dos motivos dessa palhaçada não repercutir tanto; quem não respira esse meio acadêmico tá por fora. Além, é claro, de toda essa m#@$* de ideologia, politicagem e doutrinação q a gente já sabe.
    Por essas e outras se um dia eu fizer Pós, que seja só por adicional de qualificação, prova de títulos ou pra vazar desse país.

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  6. Universidades Públicas têm uma panelinha fodida.

    Os alunos de graduação que puxam mais saco dos professores, bem como da ideologia esquerdista que domina tal ambiente, têm as melhores notas. Posteriormente, eles são escolhidos para especializações, mestrados e doutorados. Por fim, fechando o ciclo, são selecionados nos concursos como professores.

    Por isso estamos tão mal em todos os rankings de ensino, pesquisa e aprendizagem (exceto no campo do agronegócio, graças à Embrapa). Não há seleção por mérito, mas por similaridade de ideologia; não há valorização do conhecimento, mas do apadrinhamento.

    Eu quero distância dessa merda toda.

    Como o colega Deus Petisco disse acima, pra ganhar 10k é muito melhor fazer concurso pra Analista. Ao menos conserva-se maior parte da sanidade.

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  7. e o edital do BB bixo, que tiro foi esse?

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    1. Uma merreca de vagas é só pros grandes cidades (onde o salário ñ vale nada)
      Além disso não muda o fato de bancos quererem demitir mais do que contratar.
      Muito provável q nunca nem chamarão metade. (vide Caixa e Banco do Nordeste 2014)

      Área bancária nunca mais. Morreu. Agora só o Bacen 2018-2019 e olhe lá. O resto é resto.
      O q sair deve ser aquela prova q vc faz por fazer e SE ñ tiver perspectiva de NENHUM outro concurso q preste

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    2. É, eu também nem dei bola justamente pelas razões que o segundo Anon apontou, oq q eu vou fazer na capital com salário de 3 ou 4k? Sem falar do regime ser CLT e também desta questão do Banco do Brasil estar neste processo de buscar demitir.

      Só faria por treino, mas como tenho q ir a cidade do RJ fazer a prova, não vale a dor de cabeça e de bolso.

      Abraços a tds.

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    3. Não esqueçam da PLR e dos benefícios indiretos (vale alimentação, abono anual, clubes, descontos em financiamentos).

      Os bancos (como qualquer empresa) querem demitir funcionários chimpas que não gostam de trabalhar. Conheço alguns bancários do BB e da CEF que não reclamam de salário não, viu...

      Tem a questão do estresse e da cobrança por metas, sim.

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  8. Fala Concurseiro! Realmente isso acontece aqui na minha faculdade, estudo numa federal e 95% dos meus professores(é um curso novo, então todos os professores foram contratados a cerca de 5 anos) estudaram na mesma faculdade JUNTOS, eles contam histórias deles próprios jogando bola junto, infelizmente essa realidade da panelinha existe e é cruel, precisa ver a professora que deixou de ser selecionada com um currículo incrível em comparação com o que entrou na vaga( mais uma vez parceiro de bola da galera).

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    1. Fala amigo, obrigado pela presença e pela participação.

      Infelizmente no Brasil este modelo de seleção não dá certo, a nossa camaradagem cultural prejudica muito e muitas vezes favorece o incompetente sobre o profissional de qualidade.

      A solução? Como alguém comentou mais acima, creio que uma prova elaborada pelo MEC nos moldes do ENEM seria um boa. Mas antes,, infelizmente, precisamos passar por uma PEC redefinindo o seguinte art. da CF: "Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão." Mas aí é aquilo, PEC precisa de aprovação de maioria absoluta nas duas casas legislativas federais, tem muito psolista e petista la que se posicionará contra... Enfim, mais um grande problema no Oceano de problemas que se chama Brasil.

      Grande Abraço.

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  9. Pior ainda, está cheio de casaizinhos de professores por aí, claro que é uma coincidência né. Eu costumo dizer que professor de universidade é igual cascavel, só anda em casal, quando um entra já puxa o outro. A experiência que tive em UF's foi uma vez pra nunca mais.

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    1. Realmente, vc me chamou a atenção para um ponto que eu havia notado, ainda que considerarmos que muitos destes casais foram formados posteriormente. Enfim, os favorecimentos são escancarados para qm conhece essa realidade, não sou fã do Bolsonaro, mas espero que alguém da equipe dele atente para o fato e seja articulado na câmara algum PL para alterar o formato dos concursos. Não sei se há algo na CF que estabelece este formato, se sim, precisaríamos de uma pec.

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  10. Meu amigo,concordo com o artigo e digo que quem comentou te xingando é porque a carapuça serviu. Um professor que adentrou honestamente a carreira de professor universitário federal não teria do que reclamar lendo este artigo.

    E você nem falou da prova de aula, que é um momento altamente suscetível a fraudes, visto que há muita subjetividade envolvida nesta prova . Infelizmente ainda vai demorar muitos anos até que esse problema das panelinhas E das peixada seja resolvido. Eu tenho um artigo em que relato brevemente minha experiência num concurso deste tipo, sem entrar em grandes detalhes, claro.
    Abraços e obrigado por comentar no meu blog.

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    1. Entendi Mago, poderia ter deixado o link, vou procurar o artigo que vc mencionou no seu blog.

      O detalhe é que eu não generalizei no artigo, é importante dizer que muitos professores passaram de forma idônea neste tipo de concurso, mas há muitos casos bastante questionáveis.

      A prova de aula é uma questão a parte, baita abertura para favorecimentos em meio a tanta discricionariedade.

      Abraços.

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  11. Um amigo me contou que ele foi da ruma palestra numa Universidade pública em outro estado, segundo ele, o diretor de la gostou tanto dele que mencionou que se meu amigo quisesse abriria um edital só pra ele passar, mas meu amigo preferiu não ir para tal Universidade, não sei até que ponto é balela de meu amigo, mas se for verdade, olha que bizarrice, sem nenhuma cerimônia moral.

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    1. "gostou tanto dele " devia querer comer seu amigo kkkk

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Nobres leitores, se eu demorar a responder, é porque provavelmente tô fazendo cosplay de eremita e estudando pra concursos.

Aquila non capit muscas