domingo, 31 de julho de 2022

2022: Um Rio sem concursos

 Escrevo no ultimo dia do sétimo mês do ano, já estamos mais perto do fim de 2022 do que de seu inicio. O balanço geral aqui no Rio não é muito animador nestes primeiros sete meses, ora, se esperávamos uma inundação de concursos pós pandemia, por conta do que foi segurado nos anos de Covid, isso ainda não aconteceu.

De modo que os editais continuam escassos aqui no RJ, contrariando as expectativas, inclusive as minhas, que verificaríamos uma enxurrada de editais outrora represada pela pandemia de Covid-19. Olho para outros estados e vejo editais saindo com mais frequência, eu que sou do Sudeste vejo coisa boa saindo em MG e SP. 

Os mineiros devem estar empolgados com editais muito bons como o de sua Assembléia Legislativa e o da Fazenda estadual mineira, além de outros que estão por vir. Quem não é de MG, pode procurar mudar pra lá, terra de pão de queijo e outras comidas boas, só não tem praia, nem tudo é perfeito, como se diz...

Voltando ao Rio, os editais muitas vezes parecem ficar só na promessa, há quanto tempo fala-se em edital pra ALERJ? Ao passo que este ano já tivemos um excelente concurso pra Assembleia Legislativa de SP, ao passo que o da de MG, como dito, está rolando.

Claro que MG e SP são titãs econômicos neste país, claro também que o RJ é um estado quebrado. Fator este que contribuiu para este 2022 testemunhando um Rio sem concursos. 

Felizmente, há muitos concursos no horizonte aqui no RJ, alguns com banca já certa, destaco SEFAZ-RJ, TCM-RJ, CGM-RJ, ISS-RJ, CGM Niterói e, é claro, federais de alto nível, como Senado Federal e Receita Federal.

A expetativa é alta e os editais devem vir. Se não ocorrer, eu começo a mirar SP, quem sabe DF, mas isso é assunto pra outro post.



domingo, 10 de julho de 2022

A crueldade dos resultados de concurso

 Estive refletindo sobre essa questão ultimamente, não sei se já falei sobre isso aqui, digo, ao longo de anos já discorri sobre tantos tópicos relacionados a concursos aqui em Carreira de Concurseiro, que não me surpreenderia se eu tenha encostado nesta questão vez ou outra.

Provavelmente sempre foi um assunto periférico que nunca protagonizou um post, mas, como dizem, sempre há uma primeira vez para tudo, então aqui vai o que eu batizei de crueldade dos resultados!

O que quero dizer com isso?

Ora, qual o percentual de vagas sobre o número de candidatos nos concursos, especialmente os mais disputados (>5k)? Creio que se fizermos um levantamento, encontraremos não mais que 1% na maioria das vezes, incluindo índices de rotatividade, com convocações além das vagas - concursos pra formações especificas tendem a ofertar percentual maior.

Sendo assim, o normal, mesmo com preparo, é não classificar num concurso, o que eu pessoalmente chamo de passar, o que gera certa confusão, porque para muitos, passar em concurso é simplesmente passar na nota de corte, mas se você ficar longe das vagas, o máximo que ganhará por isso é um tapinha nas costas.

Ou seja, mesmo com preparo, se você fizer concursos esporadicamente (média de uma vez ao ano), afinal os concursos estão raros aqui no RJ, o normal é não classificar dentro das vagas. Muitas vezes por detalhe, uma questãozinha que você errou, talvez até marcada errada no gabarito em um momento de descuido, te lança num abismo da onde é impossível ser classificado.

Aí meu amigo, todo mundo que sabia que você fez o tal concurso - e que não entende nada de concursos, da sua tia ao porteiro do teu trabalho vai te aporrinhar. Porque eles não sabem que o normal mesmo é não classificar, mesmo sendo bom e preparado. 

Eles comparam seu resultado pra auditor da receita, bom, porém não classificatório, com aquele seu primo que classificou num concurso de sete candidatos pra formação especifica, como se concurso fosse tudo igual, não é.

O cerne da questão é que eles não entendem de concurso, as vezes até são inteligentes e cultos, mas nãos se interessam pelo tópico, outros são burros mesmo, afinal, vivemos num país de iletrados.

O que fazer então?

Eu sigo Marco Aurélio e os ensinamentos estoicos:

“Quando você acordar de manhã, diga a si mesmo: as pessoas com quem lido hoje serão intrometidas, ingratas, arrogantes, desonestas, ciumentas e grosseiras. Eles são assim porque não conseguem distinguir o bem do mal. Mas eu vi a beleza do bem e a feiura do mal, e reconheci que o iníquo tem uma natureza relacionada à minha — não do mesmo sangue ou nascimento, mas da mesma mente, e possuindo uma parte do divino. E assim nenhum deles pode me machucar. Ninguém pode me implicar na feiura. Nem posso sentir raiva do meu parente, ou odiá-lo. Nascemos para trabalhar juntos como pés, mãos e olhos, como as duas fileiras de dentes, superior e inferior. Obstruir um ao outro não é natural. Sentir raiva de alguém, virar as costas para ele: são obstruções”. - Marco Aurélio.

Mas, se ainda assim você tiver tendência a sentir raiva. O melhor mesmo é não comentar o assunto com outras pessoas, pra não precisar se indispor, você pode conversar sobre concursos aqui mesmo ou em outros fóruns online, ou quem sabe no órgão que você já estiver lotado - mas não com todo mundo, nem todo servidor público é concurseiro de carreira.

Ainda hoje me lembro sobre dois parentes conversando sobre um concurso que fiz há uns anos, sem querer eu ouvi um dizer ao outro:

 - Como o Astronauta não passou?! Ele só estuda!

Naquela época eu nem estudava pra concursos, estudava pra faculdade de licenciatura em História, mas este parente, em sua cabeça, achava que dava no mesmo, enfim, o jeito é não se indispor e entender que eles fazem isso muitas vezes sem maldade, mas por ignorância.

Por hoje é só, estou ciente que só abordei um aspecto deste tópico, volto a ele noutra oportunidade.

Abraços e tenham um ótimo dia!


Aquila non capit muscas