sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Bolsonaro e o comércio com a China


As justificativas reducionistas e equivocadas para as diretrizes de Donald Trump para o comércio com a China não são pertinentes de serem emuladas pelo Brasil, me refiro especificamente ao aumento de tarifas para produtos importados do gigante asiático pelos EUA, estabelecido pelo mencionado presidente estadunidense.

A premissa de Trump diz respeito a balança comercial EUA-China, que é muito deficitária para o lado do tio Sam, o que na visão dele é prejudicial para os Estados Unidos.

Considerando essa premissa e levando-se em conta que a balança comercial entre Brasil e China é muito superavitária para nosso lado, medidas protecionistas anti China seriam simplesmente incoerentes. O problema é que nosso futuro presidente Bolsonaro parece insistir em querer seguir os passos de seu homólogo estadunidense, ainda que estes passos não sejam saudáveis para o Brasil. 

Bolsonaro acabaria por fazer justamente aquilo que muito criticou durante a campanha: comercializar sem levar em conta o viés ideológico. Evidentemente, é preciso destacar também que a ideia de que a muito volumosa balança comercial com a China se justifica por questões ideológicas da gestão lulo-petista, ou mesmo de Temer, é completamente descabida, isso porque o mencionado país da Ásia é o principal parceiro comercial de diversos países e não somente do Brasil.


Aproveitando o gancho, Bolsonaro resolveu por alguma razão ferir a tradição de neutralidade empenhada pela politica externa brasileira ao anunciar mudar a embaixada do Brasil de Tel Aviv - Estado embrionado justamente por aquela organização que nas palavras de Bolsonaro "não serve para nada" - para Jerusalem, medida que efetivamente não possui efeitos pragmáticos positivos notáveis para o Brasil e portanto é um movimento completamente incoerente que parece apenas querer imitar uma ação trumpista. O Brasil acaba comprando uma briga com os países árabes do Oriente Médio,que compõe justamente o segundo polo principal de importação de carne vermelha de origem brasileira, tipo de produto diga-se de passagem, que possui dificuldades de entrar em outros países, dada principalmente os recentes escândalos de carne estragada escancarados pela Policia Federal. Felizmente o Trump dos trópicos anunciou que o próximo ocupante do Itamaraty será um diplomata de carreira, espero que tenha autonomia assim como Guedes a frente do super ministério da economia...

4 comentários:

  1. Amigo, parabéns pelo blog, vou adicioná-lo na minha lista.

    Comercialmente o Brasil não deve comprar briga com ninguém e não imitar os EUA em relação a china pois os EUA tem um deficit nesta balança, o Brasil tem superavit como você destacou acima.

    Outra Questão é a de Israel, eu acho positivo essa relaçaõ com Israel, visto que é o único país democrático daquela região, no entanto acho que nenhum país árabe abriria mão da nossa carne. Em termos tecnológicos uma aliança com Israel não seria ruim.

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    1. Entendo o seu raciocínio, Mordor, vou adicionar o seu blog também, abraços e obrigado pelo feedback.

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Nobres leitores, se eu demorar a responder, é porque provavelmente tô fazendo cosplay de eremita e estudando pra concursos.

Aquila non capit muscas