domingo, 22 de dezembro de 2019

História: Exames imperiais da China

Eu sou o tipo de cara que defende concursos públicos no Brasil como sendo a forma mais idônea se se selecionar bons profissionais para as mais diversas área, nesse sentido, a CF 88 é salutar "a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei (...)" , infelizmente essa coisa linda é prejudicada pela brecha da possibilidade de nomeação de cargos em comissão, algo que deveria ser exceção, mas muitas vezes acaba virando regra em muitas repartições...
Entre a nomeação arbitrária de apadrinhados de agentes politicos e concurso público, me desculpe, mas eu fico com o concurso. E defendo sua instituição com unhas e dentes. Trata-se de meritocracia em sua forma mais pura.
Seu potencial para trazer pessoal de qualidade para servir o público é verdade no Brasil de hoje, em muitos países do mundo que adotam tal medida e também na China antiga, onde encontramos os primeiros registros de utilização de avaliação para se adentrar no serviço público.

Pintura do séc. XVI: Candidatos reúnem-se em volta da parede após a publicação do resultado dos exames.
Este anúncio ficou conhecido com a "liberação do rolo" (放榜), termo ainda usado atualmente.

Os exames Imperiais aplicados na época da China Imperial, consistiam numa série de provas que serviam para selecionar a quem, entre a população, seria permitida a entrada na burocracia estatal. O sistema perdurou por 1300 anos, de sua fundação durante a dinastia Sui, em 605, até sua abolição perto do final da dinastia Qing, em 1905.

Mas o sistema chines antigo não era um conto de fadas...

Originalmente, a eleição do funcionário era feita segundo critérios aristocráticos, sendo examinados apenas os descendentes das famílias aristocráticas. Ademais, somente se admitiam homens.
Os testes representavam o caminho mais curto para subir a escada social e, portanto, também representavam um objetivo fundamental para os membros das classes educadas. Devido à importância dos testes, essas classes acabariam marcando com características meritocráticas as características peculiares do que pode ser considerado o exemplo mais centralizado e absolutista do despotismo oriental.

Evidentemente que o modelo não era perfeito...

Mas estamos olhando para uma cultura completamente diferente da nossa, portanto julgar alguns critérios de seleção com base em nossa realidade pode acabar sendo um tanto descabido.

De qualquer forma, o que é interessante notar é como uma sociedade pré moderna já ensaiava uma metodologia de seleção ao serviço públicos, que hoje podemos aperfeiçoar por meio de um sistema verdadeiramente meritocrático.

No mundo de hoje, a União europeia também realiza seleções de funcionários por meio de testes e entrevistas.

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Nobres leitores, se eu demorar a responder, é porque provavelmente tô fazendo cosplay de eremita e estudando pra concursos.

Aquila non capit muscas