domingo, 25 de dezembro de 2022

Memórias de um Concurseiro que não faz concurso

 Os últimos anos tem sido relativamente gentis para mim. Relativamente. Talvez porque eu sempre estive acostumado a apanhar muito na vida, mas quando fui nomeado em meu cargo atual há uns quatro anos, a vida até que melhorou um pouco e se assentou.

Não é meu primeiro cargo público, mas de longe é o melhor, já falei de cargos públicos horríveis que tive aqui.

Me acostumei então a segurança de uma monotonia, de uma rotina diária que me traz uma segurança melancólica. 

Ontem, no entanto, fui trabalhar e notei que o dia estava particularmente cinza. Um desanimo se abateu sobre mim e me dei conta que meus sonhos de riqueza tem ficado distantes, em segundo plano ou mesmo esquecidos em prol de uma vidinha modesta e segura.

Não viverei para sempre, estou envelhecendo aos poucos nesta rotina. 

Isso, meus amigos, é a zona de conforto a qual me acostumei.

Ainda me identifico como concurseiro, no sentido que pelo menos desejo, fazer concursos. Mas não os faço.

A pandemia foi um baque, congelou novos editais... mas não foi só ela que me inibiu, eu também sou culpado.

Mas não sou irresponsável, procuro ser ético e tenho minhas responsabilidades em meu cargo atual, o público depende de mim, não posso fazer um trabalho porco.E sinceramente, agora que estou dentro desconheço que se se tenha tão pouca demanda assim num cargo público como reza a lenda, talvez isso seja verdade em outros órgãos, ou tenha sido em outros tempos... Mas, se você for um bom profissional, sempre te procurarão aumentando suas responsabilidades, geralmente pelo mesmo salário, e eu sou daqueles que não sabe dizer não.

Esta talvez seja a falha, admito, na estratégia Carreira de Concurseiro que eu prego aqui.

Você corre o risco de se acomodar num salário medíocre.

E se afundar em demandas daquilo que deveria ser apenas algo temporário, uma etapa de um Carreira de Concurseiro.

Entretanto, continuo afirmando que se você é pobre, não se pode dar  ao luxo de só ir em concursos de alto nível, faça o que pintar, para se manter.

Se você é rico e tem quem o banque, a carreira de concurseiro não é pra você, vá direto nos cargos muito bons.

Por fim, se for mesmo seguir a carreira procure, sempre que possível, favorecer cargos que sejam bastante tranquilos e que te possibilitem estudar pra outra coisa melhor, procure também se manter motivado, sempre estudando.

E tenha, claro, um Feliz Natal. Forte abraço.

5 comentários:

  1. Esse perfil que você descreveu é o perfil padrão da maioria dos ditos concurseiros. E você na realidade ainda é de certa forma exceção, por estar no serviço público, pois a maioria dos que tentam não chagam numa aprovação.
    A anos atrás quando eu estava na faculdade e também durante algum tempo depois de formado presenciei um número considerável de "concurseiros" na cidade onde moro. Foram alguns anos com um bom número de concursos (federais, estaduais e municipais) e isso instigou muita gente a apostar nisso como alternativa para um futuro melhor.
    De todos que conheci ou fiquei sabendo que estavam nessa empreitada de concurso, sei de alguns poucos que conseguiram bons cargos. Poucos mesmo, uns 3 ou 4.
    Outros passaram em concursos menores, principalmente municipais. Isso já faz um bom tempo e a maioria continua exatamente no mesmo lugar, inclusive os que se dedicavam com mais afinco aos concursos.
    Aí as pessoas vão ficando mais velhas, o salário bem ou mal vai melhorando em relação a época da admissão, o comodismo toma conta e as vezes até a desilusão com o serviço público faz com que muitos simplesmente abandonem a ideia de continuar investindo nisso.
    Eu mesmo já fiz um bom número de concursos e faz alguns anos que parei.
    Estou pensando em fazer o do Banco do Brasil, nem tanto pelo salario, mas principalmente pela possibilidade de desenvolvimento que a empresa oferece ao funcionário e também por existir a possibilidade de mudança de lotação.
    Inclu

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  2. Obrigado pelas palavras, Anon. Imagino a frustração que é se preparar com afinco e, muitas vezes não classificar por mero detalhe, afinal concursos bons possuem concorrência colossal. Já conheci muitos concurseiros bons que até ficaram a minha frente em certos concursos, que estudaram ao longo de anos, mas nunca classificaram, muitas vezes por muito pouco, simplesmente frustrante. BB é uma boa.

    Abraços!

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  3. Já diria Newtow, a Inércia é a tendência de corpos permanecerem como estão, seja em movimento ou seja parado.
    Isso também é verdade para o ser humano, tirando fatos marcantes ou extraordinários, tendemos a ficar parados nos acostumando a rotina.
    Você tem que trabalhar isso, faça você mesmo concursos fictícios, use provas de concursos na área que você almeja, é uma forma de se manter engajado e motivado.
    No mais, Feliz Natal e próspero Ano Novo!
    Abraços,
    Concurseiro tardio.

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  4. É fácil se acomodar no serviço público. Se descuidar quando for ver se passaram alguns anos e aí de vez que fica difícil voltar estudar.

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Nobres leitores, se eu demorar a responder, é porque provavelmente tô fazendo cosplay de eremita e estudando pra concursos.

Aquila non capit muscas