sábado, 6 de fevereiro de 2021

De onde vem o arquétipo de que servidor público não trabalha?

Digo, já trabalho há anos no setor público e posso constatar  que os servidores efetivos concursados trabalham bastante, existem alguns realmente fracos, mas estes são exceções. Claro que minhas evidências anedóticas podem não ser totalmente representativa da realidade, mas creio que a maioria dos servidores concursados possui bom nível e provaram isso via concurso público. 

Claro também que capacidade intelectual nem sempre vem acompanhada de boa formação ética e portanto existem sim muitos concursados que são maus profissionais.

Há muito teoriza-se na internet que está visão do servidor público como sendo um vagabundo advém de anos em que o serviço público não era la muito atrativo e no pré 88 não exigia concursos públicos, sendo então dominado por apadrinhados que não tinham la muito sucesso fazendo outra coisa - claro que cabe observar que toda generalização é burra e evidentemente isso não se aplica a absolutamente todos os servidores que entraram no serviço público sem concurso.

Pois bem, o argumento é que muitos destes dinossauros pré 88 que deram a má fama ao serviço público, completos irresponsáveis, acreditam fielmente serem merecedores de privilégios gratuitos do Estado para nada fazer, enquanto recebem uma alta grana por isso, mas não há dignidade nisso, não é ético receber sem devolver trabalho em troca.

Fico feliz em saber que tais servidores, a maioria baby boomers ou os mais antigos da geração X (hippies) costumam ser muito burros e, portanto, ainda que ganhem bem, se endividam em patamares extraordinários e tem uma vida desgraçada quanto a isso.

A essa velha tese, acrescento minha contribuição sobre o assunto, que imagino já ter sido observada por muitos outros entusiastas da adm pública brasileira, é o seguinte:

No setor público temos muitos comissionados apadrinhados, nomeados sem concurso por questões meramente politicas e sem aptidão para o cargo designado que não estão nem aí para fornecer um bom serviço público a população que paga o salário, estando na maioria das vezes interessados em atender caprichos particulares de seu padrinho politico.

Ora, quem chega no órgão público não sabe diferenciar quem é quem, até porque não andamos com placas penduradas no pescoço informando se somos comissionados do cabide ou efetivos concursados. Daí, pensam que comissionados do cabide, estes maus profissionais, são servidores públicos concursados.

E é isto que eu tenho observado.





Aquila non capit muscas