Bom, não é novidade para ninguém que os concursos foram ficando cada vez mais difíceis ao longo dos anos, seja no número de candidatos cada vez maior para cada vez menos vagas ofertadas, seja no nível de dificuldade da prova, com questões cada vez mais complexas exigindo conhecimentos cada vez mais aprofundados.
Este segundo aspecto é notável em praticamente todas a matérias usuais em concursos, mas para mim é especialmente peculiar na chamada "informática básica", que continua aparecendo em muitos editais ainda sendo chamada de "básica", sendo que o conhecimento cobrado é tudo menos isso.
Faça um teste, pegue uma prova dos anos 2000 para certo cargo e compare com algum ano recente, para o mesmo cargo e órgão, a diferença no nível de dificuldade é abismal, para dizer o minimo.
Fora que a relação candidato vaga é cada vez mais apertada - se bem que devo admitir que neste ano de 2024, esta questão se dissipará um pouco.
Mas qual a razão disso, afinal?
As razões possivelmente são muitas, mas creio que a razão de maior peso diz respeito a melhora substancial na qualidade dos melhores concorrentes, bem, como em sua quantidade, cada vez mais numerosa.
Ora, o concurseiro de qualidade hoje não precisa pagar cursinhos caros para se fazer, afinal, o conteúdo gratuito na internet, de fácil acesso, ta aí para quem quiser aprender.
Ademais, temos aqueles velhos lobos de guerra, muitos dos quais já fazem concursos desde os anos 2000 mas ainda não conseguiram, muitas vezes por questão de detalhes cruéis, a classificação em um cargo realmente bom.
Sendo assim, não mais adianta uma prova para cargo de nível médio pagando 3k perguntar quais são os princípios básicos administração publica, j[á não funciona mais, absolutamente todo o candidato minimamente competitivo vai acertar e não vai resolver o problema da banca que é selecionar pra algumas vagas.
Esse ano é dos concursos, difícil ou fácil, tem que estudar pesado.
ResponderExcluirBoa sorte e feliz ano novo!
Deve ser por conta da especialização dos concurseiros... as bancas perceberam que não basta mais perguntar "quais são os 5 princípios da administração pública", como você mesmo escreveu, porque foram surgindo materiais cada vez melhores para estudar, cursos ultra-especializados, "concurseiros profissionais", e por aí vai. Quem se deu bem foi quem entrou no começo dos anos 2000 e final dos anos 90. Acho que um "concurseiro bom" de hoje em em dia (digamos, um concurseiro nota 6 ou 7 numa escala de 1 a 10, em termos de conhecimentos) teria gabaritado muitas provas daquela época!
ResponderExcluirE além de dificultar as questões das provas, vejo que eles estão dificultando o ato de FAZER a prova, em si. Por exemplo, eu lembro que a primeira vez que eu fiz um concurso (isso foi em 2012 ou 2013) era permitido levar lápis, borracha, apontador, e canetas azuis ou pretas. Hoje em dia vejo que a maioria dos editais proíbe até de levar lápis, e ainda restringe a cor da tinta da caneta para somente preta. Não sei porque limitar tanto assim, mas enfim...
Imagino que num futuro não muito distante limitarão o espaço nos cadernos de prova para dificultar fazer contas (e já é mais difícil fazer contas sem poder usar lápis e borracha, pois os cálculos vão se acumulando na prova) - - por exemplo, já fazem isso em processos seletivos para professor de cursinhos preparatórios - uma vez fiz uma prova de matemática para ser professor de um cursinho desses, e simplesmente não havia espaço no caderno de prova para fazer contas, e a prova era 100% matemática, todas as questões exigiam contas enormes, nenhuma era conceitual!! Parecia que só queriam selecionar quem soubesse fazer derivadas e integrais de cabeça, ou então a vaga já tinha dono e o processo seletivo era só para isso não ficar escrachado...
Outra maneira de dificultar e que vejo que já estão fazendo é em relação ao tempo e à restrição do uso de relógios: antes podia usar relógio analógico, hoje em dia proíbem, e já vi vários locais de prova que não têm relógio na parede da sala. Em alguns processos que fiz, o fiscal ficava avisando a cada meia hora que horas eram, mas o último concurso que fiz a fiscal da prova (uma tremenda duma banana, diga-se de passagem) só avisou quando havia passado o tempo mínimo para poder sair da prova, depois avisou quando faltava meia hora, e então surpreendeu a todos avisando que havia acabado o tempo - todo mundo esperando aqueles avisos clássicos de "faltam 10 minutos", "faltam 5 minutos", etc. e a moça simplesmente ficou calada e só avisou quando acabou, mandando todo mundo largar as canetas e entregar o cartão-resposta. Pra mim isso foi bizarro demais! Não sei se foi a moça que deu mole, ou se a ordem que a banca recebeu era essa, de deixar os candidatos "no escuro" em relação à passagem do tempo durante a prova! Será que teremos que aprender a contar o tempo através de nossos batimentos cardíacos, ou pela posição do sol?
Imagino também que eventualmente irão limitar a quantidade de canetas (provavelmente vão inventar que cada candidato só pode levar duas - - eu sempre levo umas cinco canetas, por precaução).
E, elucubrando bastante (momento "chapéu de alumínio"), não duvido que algum dia proíbam até de ir de casaco para a prova e deixem o ar condicionado ligado no máximo, para todo mundo fazer a prova com frio, e com isso eliminar pessoas que não vão aguentar ficar na sala!
Feliz ano-novo, e que 2024 seja o nosso ano!
Realmente, o nível da concorrência está altíssimo! Particularmente, penso que 90% disso é por conta do maior acesso aos cursos de qualidade (todos online e com planos de pagamento acessíveis). Ou estuda ou estuda! Rsrs
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