quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Como eu aprendi a odiar a matemática

Hoje eu estava respondendo algumas questões de matemática da Consulplan, de modo a estudar para o concurso do TRF - RJ/ ES. Fazia isso inclusive em um intervalo de trabalho, la mesmo em minha mesa de labuta - aliás os novos comissionados que passassem por minha sala e vissem a cena talvez me achassem maluco, afinal eu falava sozinho enquanto rabiscava no papel procurando soluções para problemas matemáticos.

Nessa hora eu fui acometido a um pensamento sobre resolver questões de matemática ao longo de minha vida, de modo que eu não me divertia naquele instante resolvendo questões de matemática, apenas estava fazendo por obrigação, pois tenho que estudar para concursos.

Achei estranho não ficar empolgado decifrando aquelas questões, quebrando a cabeça para encontrar soluções e me dei conta que há anos é assim, mas nem sempre foi desse jeito, de modo que durante a minha infância e boa parte de minha adolescência eu sentia verdadeiro prazer ao responder problemas matemáticos. Quando criança eu possuía verdadeira paixão por resolver questões de raciocínio lógico de umas revistas antigas da coquetel, imprimidas em papel vagabundo - quem foi criança durante a década de 1990 vai lembrar, aliás ainda fazem essas revistas? -, sempre pedia para que minha mãe as trouxesse da banca.

Mas o que aconteceu, eu me pergunto? O que houve nesse hiato entre o meu eu criança e o meu eu de hoje que me fez perder o prazer por responder questões de matemática? Digo, eu sinto falta desta paixão, afinal tornaria o hábito de estudar uma das matérias mais comuns em concursos em uma atividade prazerosa.

Raciocinei um pouco sobre o assunto e somente pude encontrar uma resposta para que meu amor pela matemática fosse gradativamente convertido em ódio: os meus professores de matemática do ensino fundamental e do ensino médio.
Esses profissionais mal preparados me fizeram acreditar plenamente que a matemática era chata e, pior, me convenceram também que eu não era bom em matemática. O que é mentira, porque ainda hoje sou muito bom em matemática, tanto é que costumeiramente é a matéria que mais deixo de lado ao estudar para concursos.

Nada mais que raiva me acometeu ao me lembrar desses cretinos despreparados, como conseguiram? Como conseguiram me fazer acreditar que a matemática não era boa?

Vendo meu Histórico escolar hoje noto que matemática é uma das matérias que eu mais tenho notas baixas, o que simplesmente não faz sentido, tendo em vista que é uma das matérias que mais domino e que ainda me recordo da escola. Por Deus, eu não sei absolutamente nada sobre química hoje em dia e quão embasbacado eu fiquei ao notar quantos dez e noves eu tive em tal matéria - seria porque era justamente essa matéria lecionada por uma gostosa?

A quem possa interessar, minha prof de química
lembrava essa aí, só que com menos peitos e sem decotes
Isso senhores é só uma gota em meio ao enorme oceano que é o falho sistema educacional brasileiro.

Imagem real de um de meus professores
 de matemática do ensino médio

8 comentários:

  1. Sem mencionar que o que aprendemos na escola nunca tem aplicação prática.

    Não quero dizer na vida real, pois tem sim, mas não dentro da sala de aula. As questões dadas não são direcionadas para a resolução de problemas e quando são, não estão dentro da realidade do aluno. Não há uma ligação situacional do que é lecionado com o que é vivido pelo aluno em prática. E sem prática não há recordação. Ou seja, o resultado sempre será este mesmo, esquecer tudo que estudou.

    Abraços!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Concordo Pobre, agora vai explicar isso pros profs que só sabem dar aula mecanicamente e não querem mudança. Abço.

      Excluir
  2. Po cara, quantos perfis você tem no blogspot? rssss
    Eu já fui o contrário, sempre odiei matemática na escola, era a matéria que eu sempre ia pior e, a partir de determinado momento, eu já nem esperava o perrengue do fim de ano para ir para um professor particular, já ia antes.

    Hoje eu ainda fico frustrado com minha burrice matemática, mas depois que fiz aula particular de mat. para concurso passei a olhar com outros olhos essa matéria.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Hahaha, só dois pô. Faz bem MIN, como eu disse no texto é uma das matérias mais comuns em concurso, se vc já olha com outros olhos, já é um adianto. Abraço.

      Excluir
  3. mais ou menos como o Pobre disse, esse professores de merda e a falta de aplicação são o que ferram.
    Meu caso foi mais tardio, foi na universidade (engenharia) que peguei ódio por essas merdas. Os caras são ainda mais dinossauros, maçantes, arrogantes e ditadores. O volume de cálculos aumenta 5x em relação à escola, bem como seu grau de inutilidade (99.9% dos formados não usará integrais, derivadas e/ou longas manipulações e algebrismos na vida real).
    Era fodão na matemática no colégio e gostava(questões a nível de concursos). Aí a Universibosta me deixou todo enferrujado na matemática básica do nível médio (a dos concursos) além de me dar ódio mortal por fórmulas.
    É foda...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Também sempre tive problema com os docentes de nível superior, é o que sempre digo, qm acha que Juízes são arrogantes é pq nunca teve que lhe dar com um doutor de acadêmia,acham que sabem tudo, mas não conseguem fazer nada de modo prático para sociedade; quanto as fórmulas são algo que eu tenho total aversão, mas infelizmente sou obrigados a decorá-las em concursos, caso contrário perderia muito tempo em questões de matemática que poderiam ser respondidas em menos de um minuto quando se sabe as fórmulas. Abraços.

      Excluir
  4. O ambiente de escola pública é incrivelmente terrível para quem quer aprender e excelente para quem deseja badernar. Professores fingem que ensinam, alunos fingem que aprendem. Só percebemos o estrago já na fase adulta.

    https://senhorspread.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  5. Saudades da vida de aluno... Eu era bom nos estudos, graças a Deus, e as matérias que eu tinha "dificuldade" eu tirava 6 ou 7. Eu não era "fera" em matemática (tinha colegas meus que participavam de olimpíada de matemática e ganhavam medalha, etc. - eu nunca tive vontade, pois sabia que era areia demais para o meu caminhãozinho, mas hoje me arrependo um pouco de não ter pelo menos participado de alguma), mas também não tinha dificuldades. Mas, mesmo assim, cheguei a fazer prova final de física no 1º ano do ensino médio (junto com 90% da turma, porque o professor era um tremendo carrasco, arrogante, etc.) e de matemática no 2º ano (o professor pegava pesado). Gostava muito de química também, era uma matéria gostosa de estudar. O 3º ano passei direto, graças a Deus.
    Conforme o colega escreveu acima, "O ambiente de escola pública é incrivelmente terrível para quem quer aprender e excelente para quem deseja badernar. Professores fingem que ensinam, alunos fingem que aprendem. Só percebemos o estrago já na fase adulta" - tinha muito baderneiro quando estudei, muito colega mau caráter mesmo, alguns eram projetos de psicopatas (lembro do "valentão" da minha época, que batia na própria avó!) mas mesmo assim, sinto saudade da vida de aluno, pois apesar das "dificuldades", tudo era mais simples. Não sei quanto aos alunos de hoje em dia, mas na minha época era.

    Pena que a "vida real" não seja assim, em que basta estudar e passar numa prova e é isso, você conseguiu (não estou falando de concurso!). No mundo dos adultos, muitas vezes as coisas não têm resposta certa, e mesmo que você consiga acertar, às vezes os outros considerarão que você está errado, e aí você "é reprovado" (demissão, não ser promovido, receber avaliações ruins, etc.)

    ResponderExcluir

Nobres leitores, se eu demorar a responder, é porque provavelmente tô fazendo cosplay de eremita e estudando pra concursos.

Aquila non capit muscas