domingo, 8 de dezembro de 2019

Frustração e concursos públicos



"Caia sete vezes; levante-se oito..." 

- Provérbio Japonês.



Estudar e realizar concursos públicos são sem duvida uma coisa frustrante, afinal as vagas estão muitíssimo escassas - e acredito até que isso será uma tendência daqui pra frente -, ao passo que tem muito candidato de excelente qualidade se preparando e realizando os exames, ou seja, eu não sei se tem vaga  o suficiente para todos os candidatos realmente bons, acho até que não.


Isso leva a frustração. Afinal você pode ser derrotado não uma, mas diversas vezes, mesmo estando preparado e fazendo uma prova de forma excelente. 

Uma conhecida minha formada em direito fez os últimos concursos para DPE-RJ, TRT, TRF-RJ/ES, diversos concursos municipais, fez MPE-RJ há uns anos e outra vez agora em 2019. Sempre notei que ela pontuava bem e fica na cola, em boas posições, mas nunca classificou o suficiente para ser convocada. 

O que você ganha se pontua bem, mas não o suficiente para ser convocado? No máximo um tapinha nas costas, que não vai pagar suas contas.

Você faz uma prova de cerca de 80 questões, sabendo que uma questãozinha errada, uma única casca de banana te joga num abismo e te tira o sonho da vaga, a pressão é muita e você deve aprender a lidar com ela, afinal, classificar ou não na vaga leva a padrões de vida completamente distintos. Por experiência própria, esse nervosismo diminui a medida que você esteja ganhando bem e não precisa tanto assim da vaga almejada, que crueldade, os concurseiros já concursados ficam menos nervosos que os ainda desempregados ou que ganham pouco... em contrapartida, os concurseiros já classificados tendem a ser mais acomodados...

Isso meus amigos, é frustrante.  Se você comparar, por exemplo, com estudar para uma faculdade, notará que na faculdade, após estudar muito, com certeza encontrará resultado, que é a aprovação com excelentes notas, no concursos público nem sempre assim, tendo em vista que o objetivo singular é a classificação, e as vagas são limitadas.

Este tipo de derrota na excelência me parece inerente a onde quer que haja  competição, vide a Holanda por exemplo, quantas vezes montou uma seleção de futebol fenomenal mas nunca conseguiu ganhar uma copa do mundo, porque perdia no detalhe talvez, de modo que o jogo decisivo de derrota não caiu num dia bom ou ainda porque mesmo dando o absoluto melhor de si, havia uma seleção ainda superior e campeão do mundo somente pode haver um. Faz parte do jogo.

Rocky Balboa perde a luta no primeiro filme, mas no segundo ele volta,
 treina de novo e derrota seu arqui rival, Apolo Creed.

Enfim, a frustração é muita, se você faz provas há anos e ainda não pegou uma vaga boa, não desista, é assim mesmo, mas não vou mentir, talvez você nunca consiga, pelo menos lembre-se que o tempo estudando para concursos nunca é tempo perdido, você aprende muito e consequentemente vira uma pessoa melhor, para você e para os outros ao seu redor.

Abraços.

 "Somente aqueles que ousam falhar muito podem conquistar muito". 
- Robert F. Kennedy. 

Você sabia que Richard Nixon perdeu uma eleição presidencial 
antes de tentar novamente e chegar ao cargo mais poderoso do mundo?






Tá, Nixon está longe de ser o mais louvável exemplo, aqui vão mais alguns:

Albert Einstein não falava até os quatro anos de idade e não lia até os sete anos. Seus pais pensaram que ele era "sub-normal" e um de seus professores o descreveu como "mentalmente lento, insociável e à deriva para sempre em sonhos tolos ". Ele foi expulso da escola e foi recusado a admissão na Escola Politécnica de Zurique. Acabou aprendendo a falar e ler. Até para fazer um pouco de matemática...

Louis Pasteur era apenas um aluno medíocre nos estudos de graduação e ocupava a 15ª posição entre 22 estudantes de química. Em 1872, Pierre Pachet, professor de fisiologia de Toulouse, escreveu que "a teoria dos germes de Louis Pasteur é ficção ridícula".

Henry Ford falhou e quebrou cinco vezes antes de ter sucesso.

Michael Jordan foi cortado de seu time de basquete do ensino médio. Jordan observou uma vez: "Eu falhei várias vezes na minha vida. É por isso que tenho sucesso".

Walt Disney foi demitido por um editor de jornal porque "ele não tinha imaginação e não tinha boas idéias". Ele faliu várias vezes antes de construir a Disneylândia. De fato, o parque proposto foi rejeitado pela cidade de Anaheim, alegando que apenas atrairia ralé. Hoje seu nome ainda é conhecido, e a marca por ele fundada é uma das mais valiosas do mundo.

Beethoven não era dos melhores violinistas e preferia tocar suas próprias composições, em vez de melhorar sua técnica. Seu então professor o chamou de "sem esperança como compositor". E, claro, você já deve ter ouvido falar que ele escreveu cinco de suas maiores sinfonias enquanto era completamente surdo!

O grande Cartola foi encontrado trabalhando como lavador de carros em Ipanema, em 1957. Conseguiu algumas apresentações em rádios e algumas matérias em jornais e revistas. Passou a trabalhar como contínuo, primeiro no "Diário Carioca" e depois no Ministério da Indústria e Comércio.


Bom, exemplos não faltam, a riqueza de informações da internet está cheia deles. Lembra de mais algum?



14 comentários:

  1. Viver como um concurseiro é um caminho para frustração, considerar um emprego público ou qualquer outro emprego como uma espécie de chave para a felidade absoluta ou realização profissional plena é uma grande insensatez.

    Quem garante que a tão sonhada vaga, o tão sonhado emprego trará de fato toda a recompensa esperada, além do dinheiro.
    Tem cara que fica nessa masturbação mental por anos a fio, se fossem apaixonados pelas profissões ou carreiras ainda entenderia um pouco, mas 90% só estão atrás de status e salários acima da média.

    Como a concorrência é enorme e as chances de não passar são muito grandes a pessoa fica se sentindo um fracasso.
    A esmagadora maioria vai fracassar se não enxergar outros caminhos além desse.

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    1. Eu concordo com vc em partes, a pessoa precisa criar uma janela de saída caso o plano de passar no concurso dê errado, e dependendo do cargo almejado, é mais provável falhar do que conseguir.

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  2. Amigo não desista! Eu passei em 3 concursos de 3 prestados, um me nomeou, o outro foi suspenso na justiça por um tempo, foi resolvido o problema e o orgão vai começar nomear agora ano que vem(pretendo assumir ele), a terceira e ultima aprovação foi para policia legislativa em meu estado, o presidente da casa nem sequer nos recebeu para tratar das nomeações e com ctz caso sejamos nomeados nós iremos trabalhar com muitos comissionados igual voce disse no post passado, esse desânimo de não estudar para mais concursos bate inclusive em pessoas que ja foram aprovadas ou que tem grande potencial de aprovação, não se iluda com ser mais ou menos inteligente, concurso é repetição até a exaustão, quem repete melhor passa, simples assim, apenas persista.

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    1. Fala Marco, cara, poder legislativo é um terreno complicado, vc QR fazer seu trabalho técnico mas tem que lidar com agentes politiqueiros e seus apadrinhados. Isso só muda no dia que uma legislação passe no sentido de limitar comissionados, mas, como que um negócio desse passa se os legisladores são os políticos? Acho que o desânimo que vc mencionou é proporcional ao demônio do comodismo que acomete muitos concursos, quero traçar voos mais altos e não vou desistir, i foco é o senado! Vamos juntos companheiro, força pra vc também e bons estudos.

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  3. O desânimo bate quando se acerta na trave, mas não se marca o gol. Concurso público é dessa forma, só que dói mais, pois, não é apenas um jogo, são horas de estudo e dinheiro investidos, além de abrir mão de muitas coisas boas, como a parte social e o lazer.

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    1. Ou seja, não é só uma bola na trave, é um brasileirão inteiro perdido, kkk.

      Abraços.

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  4. Acredito que concurso, como tudo na vida profissional, depende de esforço e dedicação, mas isso não é tudo. A pessoa deve se conhecer primeiro antes de entrar nessa disputa: saber se controle emocional, se tem aptidão para os estudos (acreditem, algumas não tem essa habilidade, mas possuem outras aptidões), se conseguem persistir, apesar dos fracassos (mais uma vez, inteligência emocional).

    O que é martelado na cabeça dos concurseiros e eu não concordo é que concurso não é pra fazer pra passar, mas até passar. Primeiro que nossa vida não é infinita, é preciso estipular um prazo médio razoável (+-5 anos) pra se dedicar a um concurso. Segundo que a vida tem um sem número de oportunidades, não dá pra ficar se dedicando anos a fio numa disputa insana (ainda mais em tempos de crise) somente por dinheiro ou status, o que fatalmente vai te levar a frustração. Talvez a vocação de uma pessoa que estuda mais não passa seja no empreendedorismo, cheio de desafios e com ótimo retorno financeiro, e não num cargo burocrático, aturando um chefe medíocre e com ganhos limitados.

    Desculpa o comentário longo amigo. Se puder adiciona meu blog tb. Sigo acompanhando o seu.

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    1. Fala Hank, pelo contrário, agradeço o comentário longo, vc foi bem certeiro no segundo parágrafo e me fez pensar, concordo plenamente.

      Vou adicionar seu blog, grande abraço.

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  5. Nao basta ser bom, tem q ser foda
    Bom é coisa medíocre

    Abs

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    1. No que tange ao filé mignon do serviço público, aos cargos mais disputados, vc está completamente certo.

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  6. Estes dias, acessando o portal da transparência, andei olhando alguns salários de colegas que formaram comigo na engenharia.

    Veja o que coletei:

    Colega 1: Auditor fiscal lotado em SP - Salário bruto de 29 mil
    Colega 2: Analista no banco central lotado em brasília - Salário bruto de 35 mil
    Colega 3: Professor com doutorado em faculdade federal - Salário bruto de 13 mil.
    Colega 4: Professor com mestrado em faculdade federal - Salário bruto de 9 mil.

    Os colegas 1 e 2 sempre foram fora da curva, daqueles que aprendem só de ouvir uma vez. Estudaram 1 ano com um esquema de leitura bem otimizado e conseguiram passar de primeira.

    Os colegas 3 e 4 sempre foram disciplinados, boas notas, mas nada fora da curva.

    A verdade é que o salário realmente retrata a natureza da pessoa, simples assim.

    Abraço!

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    1. Não concordo totalmente não. Muito simplista essa visão.
      Você se focou apenas no serviço público e mesmo no serviço público a realidade nem sempre é essa.

      Não quero tirar o mérito de ninguém, acredito sim que muitos fizeram por merecer e exercem bem as suas funções, mas não são todos, no serviço público também há distorções.
      E também há muitas pessoas sub aproveitadas.

      Isso sem contar politicagens. O salário está longe de retratar sempre a natureza das pessoas.

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    2. Chegando tarde na discussão, concordo com o Uó, o salário tende a retratar a natureza da pessoa, não é o alfa e o ômega da questão, existem outros fatores, como disse o anonimo, a politicagem come solta em muitos aspectos do serviço público, mas ainda assim, cedo ou tarde, qm é realmente bom e dedicado encontra seu lugar ao sol.

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    3. " qm é realmente bom e dedicado encontra seu lugar ao sol." sim, o mundo é justo, basta fazer sua parte

      piada

      "Nunca espere nada. Tudo pode acontecer, por mais ultrajante que pareça. E qualquer coisa pode não acontecer por mais que você ache que deva."

      - Alvaro Cruz

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Nobres leitores, se eu demorar a responder, é porque provavelmente tô fazendo cosplay de eremita e estudando pra concursos.

Aquila non capit muscas