segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

O tiro no pé dos concurseiros estatistas

Já defendi aqui em "Carreira de Concurseiro" pensamentos liberais, uma incoerência para um concurseiro, muitos poderão dizer, mas reafirmo que não é bem assim. Não defendo aqui que se aplique um liberalismo econômico ortodoxo na gestão do Estado brasileiro, mas qualquer idiota pode perceber que o modelo de gestão que tínhamos (uso o verbo no passado porque a situação já tem mudado um pouco) era totalmente insustentável a longo prazo.

Leio em muitos fóruns online que aparentemente a esmagadora maioria dos que se auto intitulam concurseiros são favoráveis a este Estado brasileiro mega inchado que temos hoje, o raciocínio é simples, quanto maior o tamanho do Estado, mais empregos e consequentemente mais concursos, entendo que os concurseiros defendam isso visando seu próprio interesse, mas está defesa de um Estado Gigante pode, a longo prazo se transformar em um tiro no pé, como já está ocorrendo no Estado do RJ.

Vejam bem, durante muitos anos nossos gestores públicos, prefeitos, governadores e presidentes, buscaram aumentar em muito os gastos estatais com folha de pagamento, aproveitaram os anos de bonança da economia durante a maior parte dos anos 2000 para tal.

Ao invés de investirem dinheiro com melhora na infra estrutura, não, aumentaram os gastos exponencialmente com folha de pagamento. Não vamos aqui cometer a ingenuidade de partidarizar a questão, Cabral fez isso no RJ enquanto Lula/ Dilma o fizeram a nível Federal, em um modelo de gestão que eu chamo de Casa da Mãe Joana, na qual o Estado se encarrega de empregar o máximo de indivíduos possível, muitos dos quais meros cabides de emprego representados por funcionários não concursados. Nos anos 2000 houve o que creio possamos chamar de boom no número de concursos públicos, infelizmente para mim a nível pessoal não aproveitei essa época porque ainda era menor de idade.

Em tese a lei de responsabilidade é clara ao estabelecer em 60% o limite de gastos com folha de pagamento, mas não costuma ser isso que ocorre na prática, até porque gastos com funcionários terceirizados não costumam entrar neste cálculo.

O que quero dizer com isso tudo é que este Estado gigante é na verdade nocivo para os concurseiros, afinal, do jeito que está o Estado não se sustenta, e a longo prazo poderá significar queda drástica no número de concursos, bem como dificuldade no pagamento de funcionários já efetivos e/ ou aposentados, como já vem ocorrendo no RJ, esse é o tiro no pé para um concurseiro que me referi no inicio do texto...


Uma evidência do que eu falo? Basta olhar o atual número de concursos abertos no RJ e comparar com o que tínhamos há uns 3 anos atrás para constatar o que procurei apresentar no texto.

Abraços!


4 comentários:

  1. Oi, Astronauta!
    Só uma correção, não existe "neoliberalismo", existe apenas o liberalismo econômico e a sua vertente mais "radical", o libertarianismo, que eu não sei qual é a diferença (se é que tem) em relação ao anarcocapitalismo.

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  2. No Brasil, falou em privatizar qualquer empresa estatal que seja, por mais cabide de emprego que a mesma gere, por mais corrupta e ineficiente, por mais que bilhões e bilhões tenham sido roubados através da mesma...Vc é "neoliberal" (isso NÃO existe porra), fascista entreguista que quer vender o HUE pros EUA.

    Se for a Petrobrás então... "U petrólho é noço" e o gado paga feliz 4 reais o litro na bomba pra compensar a roubalheira descarada.

    Exemplo de "neoliberal" no BR: FHC, socialista canalha convicto, fez umas privatizaç~ões pq era impossível governar sem isso, subiu a alíquota de importação pra níveis estratosféricos após o governo Itamar, voltando a fechar a porta que tinha acabado de se abrir pro respiro da economia brasileira, e mesmo onde privatizou criou um monte de agências pra "regulamentar" tudo. Os petralhas adoraram quando receberam tudo isso no colo em 2003...

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    1. Fala Anon, obg pela presença e pelas palavras.

      Sempre achei bastante incoerente como os tucanos foram por muito tempo apontados como os "neoliberais" do Brasil, mesmo que fortemente ligados a ideologia social democrata, e olha que, pelo menos para mim, o FHC, citado por vc, é um dos mais a direita do partido, Serra, Aécio e outros são bem menos adeptos a praticas liberais; lembro ainda hj na época das ultimas eleições presidenciais, o cretino do Áecio, tachado de elitista, defendia a "reestatização" de diversas empresas outrora privatizadas - hj imagino que a ideia dele era ter mais opções de roubo (rs).

      No mais, empresas públicas como correios, que dão prejuízos bilionários aos cofres públicos precisam urgentemente serem privatizadas.


      Abraços.

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Nobres leitores, se eu demorar a responder, é porque provavelmente tô fazendo cosplay de eremita e estudando pra concursos.

Aquila non capit muscas