sexta-feira, 26 de março de 2021

Concursos na pandemia: Panorama geral

 No ultimo post escrevi sobre o processo seletivo do IBGE, contudo está semana, já li por alto na imprensa que que o governo já cortou cerca de 90% da verba para o censo 2021 (que deveria ter sido realizado em 2020), o que torna, muito possivelmente, o trabalho inviável e consequentemente o processo seletivo talvez acabe sendo  suspenso.

É o momento pelo qual passamos.

Nos últimos meses, tivemos muitos episódios de provas de concursos já marcadas sendo suspensas por conta da pandemia, li pelo menos sobre um episódio, o do concurso para polícia civil do Paraná que foi suspenso aos 45 do segundo tempo, em plena madrugada anterior a prova. Imagina só, gente que se deslocou para prestar a prova, vindo de outras cidades, ou mesmo de outro estados, desembolsando dinheiro e tempo para se deparar com uma prova que não houve.

Os concursos estão extremamente escassos, a ultima vez que fiz um foi em 2019 e foi o único que fiz naquele ano, em 2020 não fiz nada, e pelo andar da carruagem, duvido muito que pinte alguma coisa em 2021, especialmente neste primeiro semestre, no qual creio já ser possível descartar a esperança de algum edital interessante.

Ainda temos o fantasma de uma reforma administrativa bizarra elaborada por gente que não entende nada de administração pública (Paulo Guedes), pairando sobre o congresso,  que, se aprovada como está, traria critérios subjetivos a seleção, levando claro a politicagens e favoritismos pessoais, isso é bastante óbvio para quem não é ingênuo e conhece um minimo sobre a cultura brasileira.

Os concursos somente voltarão normalizados então com o fim da pandemia, o consolo é que talvez venham em maior números, afinal estarão acumulados após um período tão longo parado.

Medidas extremas se fazem necessárias então.

Hoje escrevo deitado na rede de casa, começo um feriadão de 10 dias conforme lei estadual aqui do RJ.

A pandemia precisa ser contida o mais rápido possível, especialmente para salvarmos vidas, para reaquecermos a economia e também para impedirmos que a situação piore (eventual surgimento de variantes mais perigosas). E, para nós concurseiros e para o bem da Administração pública, que os concursos retomem, de preferência não regulamentados por uma reforma bizarra como aquela que entrou no Congresso.

É o que precisamos em um mundo ideal.





8 comentários:

  1. Pois é Astronauta... Eu achei que o censo iria ser cancelado por boicote dos funcionários, pelo supremo, ou até mesmo em razão da pandemia. Mas o corte foi uma imensa surpresa para mim.

    Quando vi a noticia achei que era babaquice de politico querendo se aparecer. O nome do tal politico apareceu em vários jornais e matérias da internet. Mas fui ligando os pontos e caindo na real. Alguns dias antes da votação, a líder da CMO definiu o relatório com o corte de orçamento como "Justo e realista". Ali eu já sabia que não teria mais chances.

    Como você falou no último post, o concurso pra ACM/SCQ vai vim pegadíssimo, briga de facão! Sendo esse ultimo um salário de quase 4 mil reais e 3 anos de contrato.
    4 Mil reais bruto hoje em ano de pandemia é um salario respeitável num cenário onde grande parte da população esta desempregada.


    Boa noite e continue com os bons posts.
    Um abraço

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    1. 4k com três anos de contrato é uma oportunidade muito boa.

      Obrigado pelas pontuações, GPF, abraços.

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  2. Enfim, basta ao concurseiro continuar a estudar

    Abs!

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  3. O último concurso que fiz foi em 2018. De lá para cá, já tem havido muitas mudanças nos estilos das provas. Com a pandemia, também vi várias provas suspensas, inscrições tendo sua 2ª ou 3ª prorrogação (Será para "farmar" o dinheiro da inscrição???) e por aí vai.
    Eu concordo em parte com a reforma administrativa (acho necessário cortar gastos e aumentar a cobrança da eficiência, principalmente no poder judiciário e legislativo), mas essa questão de aumentar a subjetividade dos processos seletivos com certeza será um tiro no pé. Tomara que mudem isso.

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    1. Com certeza, Anon, seria jogar dinheiro no ralo pagando gente incompetente favorecida por subjetivismos ao passo que se pioraria a qualidade da adm pública, abraços.

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  4. Então, Astronauta desempregado, eu sou o anon do comentário acima. De que poder você é? Eu trabalho no executivo federal, e sinto que este é o pior poder para se trabalhar, porque é o que mais sofre com os ônus das leis que determinam obrigações a serem cumpridas pelo poder público, é o mais sujeito a fiscalizações, e por aí vai, enquanto que o legislativo e o judiciário praticamente não são fiscalizados, têm muito mais bônus (como é o caso das férias de 60 dias do legislativo) e suas obrigações são mais "difusas" que as do executivo. Para mim, só faço concurso para ir pro legislativo agora (o filé mignon na minha opinião é o tcu). Pra mim chega de poder executivo.

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    1. Fala, amigo, por questões de preservar o anonimato, não revelo de que poder eu sou.

      Mas o assunto que vc puxou no comentário é bastante pertinente, rende até um post a parte.

      Acho que a questão pode variar muito de órgão pra órgão dentro do Executivo, e, claro, de cargo pra cargo, mas, realmente, o orçamento no legislativo e no judiciário é mais folgado, pois embora a fatia constitucional do bolo orçamentário seja percentualmente menor pra esses dois poderes, o orçamento é bem mais folgado, o que gera espaço para maiores e mais gratificações disponíveis.

      Creio que o judiciário, de modo geral, seja o melhor poder pra trabalhar, mas como disse acima, a questão varia muito e depende muito do cargo também. Então não caíamos em uma armadilha de raciocínio generalista.

      O legislativo pode ser uma boa pedida, mas considere que se trata do poder mais dominado por políticos, isso pode ser um entrave pra servidores de perfil técnico que não gostam de fazer joguetes politiqueiros, mas, de qlr forma, politicagem no ambiente laboral é algo que vc sempre encontrará, em menor ou maior grau, inclusive no setor privado. O problema é que em ambientes como legislativo a coisa pode ficar num patamar surreal.


      Abraços.

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Nobres leitores, se eu demorar a responder, é porque provavelmente tô fazendo cosplay de eremita e estudando pra concursos.

Aquila non capit muscas