quinta-feira, 22 de março de 2018

Público vs Privado: Serviço de entregas de correspondências

Não deixe de conferir o primeiro post da série: Público vs Privado: NASA vs Spacex.

Correspondências à brasileira



Como é bem sabido de todos, no Brasil, uma empresa Pública, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos detém o monopólio pelo serviço de entregas de correspondências. Essa exclusividade é prevista na própria CF, a qual elenca ser competência da União manter o serviço postal e o correio aéreo nacional.

Desnecessário dizer que o que temos em mãos é uma péssima situação, o serviço dos correios é caro e de péssima qualidade, sem falar dos prejuízos bilionários que a empresa vem dado aos cofres públicos nos últimos anos.

Há quem diga que a solução seria tirar a exclusividade deste serviço essencial dos Correios, torço para que isso não aconteça, afinal se ocorrer a empresa pública possivelmente iria falir e todo mundo sairia perdendo. O certo na verdade deveria ser privatizar e posteriormente abrir o mercado.

Nos EUA

O logo da FedEx, empresa privada embasada nos EUA,
se não fosse o esquema de cores, até o logo seria superior.
Como não tenho parâmetros de concorrência publico vs privado neste setor no caso tupiniquim, gostaria de apresentar a situação dos EUA, onde uma empresa pública compete com algumas outras privadas.

Este vídeo do ótimo canal PragerU é esclarecedor sobre o assunto (é possível ativar as legendas em português):


Aqui vai um trecho transcrito do vídeo:
O setor privado é constituído por empresas ou empresas possuídas por pessoas. O setor privado inclui shoppings, mercearias e seu restaurante local. Para fazer um lucro no setor privado, as empresas devem trabalhar pelo nosso dinheiro, oferecendo-nos produtos e serviços que queremos ou precisamos. Quando as empresas têm de competir pelos mesmos dólares, os preços vão para baixo, porque ninguém quer pagar o dobro por sapatos em uma loja se você pode obter o mesmo par mais barato em outro lugar.

Por outro lado, o setor público não é apoiado por lucros. Ele não tem que competir por nossos dólares. Em vez disso, o setor público usa nossos dólares de impostos para financiar seus serviços. Portanto, pagamos por esses programas, não importa o quanto ou quão pouco usarmo-los. O governo decide como nossos dólares de imposto devem ser gastos no setor público.
Isso faz sentido para algumas coisas. Por exemplo, você provavelmente não iria querer bombeiros ou policiais competindo uns com os outros pela sua atenção. Em outros casos, porém, isso significa que as coisas custam mais ou o serviço é pior. O Correio dos EUA tem US $ 100 bilhões em dívidas e é regularmente salvado com dinheiro dos contribuintes.
O US Post Office apresentado no vídeo é um exemplo de uma empresa do setor público. Como você pode ver, em um mundo cada vez mais dependente de e-mails, a agência dos correios está atrasada porque oferece entrega de correio tradicional seis dias por semana - embora muito do e-mail que você recebe seja provavelmente lixo eletrônico. O Post Office também tem mais de 100 bilhões de dólares em dívidas e passivos não financiados, desnecessário dizer que esse negócio está bem no vermelho.

Em contraste, a FedEx, uma empresa do setor privado, obteve um lucro de mais de 8 bilhões nos últimos 5 anos, a FedEx sabe que precisa continuar inovando para competir com outras empresas.

O caso dos EUA ilustra bem como empresas privadas se saem melhor em meio ao livre mercado frente as empresas publicas. A quem discorda deste tipo de coisa e a razão para que isto ocorre, sempre recomendo a leitura de Adam Smith. A busca individual e mesmo - digamos - egoísta do lucro é que o que impulsiona a sociedade para tempos cada vez melhores onde todos saem ganhandoPara obter lucro no setor privado, as empresas precisam ganhar nosso dinheiro oferecendo-nos produtos ou serviços de que gostamos. Uma vez que outras empresas competem por esse mesmo lucro, esse processo reduz os preços porque ninguém quer pagar, digamos, 100 temers por sapatos em uma loja, se você puder obter o mesmo par em outro lugar, por 50 temers.

Hoje as empresas privadas do ramo detêm a maior fatia do bolo nos EUA, nem sempre foi assim, começaram engatinhando encontrando brechas em uma legislação que concedia quase que exclusivamente ao governo a prestação deste serviço. Como essa interessante reportagem do NY times datada de 1989 (em inglês) informa.

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Termino por aqui, vamos ver se animo e faço um post sobre os bancos públicos brasileiros  - a sociedade de economia mista Banco do Brasil e a empresa pública Caixa Econômica Federal - em contraste aos privados.

3 comentários:

  1. Astronauta, você já usou serviço particular para encomendas aqui no BR? Queria saber como funciona, se é uma alternativa viável aos correios.

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    1. Rapaz, sabe que eu nunca usei. Mas mesmo sem conhecimento nenhum, convenhamos, pra ser pior que os correios tem que ser muito, mas muito ruim, hahahaha, abraços!

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  2. Sim, mas me refiro ao preço mesmo e também a como enviar o produto. Nunca vi uma loja da Fedex, por exemplo.

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Nobres leitores, se eu demorar a responder, é porque provavelmente tô fazendo cosplay de eremita e estudando pra concursos.

Aquila non capit muscas