segunda-feira, 12 de março de 2018

A cultura do QI e porque setor privado também não é grande coisa


Quando leio textos de entusiastas do liberalismo econômico no Brasil percebo uma certa inclinação a enxergar o setor privado brasileiro com olhos de quem enxerga uma divindade. 

Para tais autores tudo no setor privado brasileiro funcionaria na mais perfeita ordem e excelência se o poder público não desgastasse as empresas privadas com alta carga tributária e inúmeras regulamentações. Entendo este posicionamento, é racional quando pensamos com uma mentalidade econômico liberal, mas nem tudo é verdade e a estes autores falta colocar um elemento crucial na equação: a CULTURA.

De modo que o Brasil não é a Europa ou Estados Unidos, e portanto nem tudo que funcionaria perfeitamente nestes lugares se aplica a situação das terras tupiniquins. 

O setor Privado sofre muito na mão dos três poderes, isso é verdade, o empresariado brasileiro é muito erroneamente apontado como lobo mau da história, também é verdade, entretanto, as empresas particulares aqui embasadas tendem a cometerem determinados erros que não necessariamente podemos delegar a outrem se não as próprias empresas e a estratégias de gestão equivocadas.

O exemplo mais óbvio e mais famigerado é a famosa cultura do QI (quem indica), muito arraigada nas empresas das mais diversas áreas, de modo que competência, experiencia e conhecimento muitas vezes parecem não ter vez em processos seletivos de empresas particulares frente ao padrinhamento de parentes e amigos dos contratantes. Digam o que quiser, no setor publico a seleção tende a ser mais justa - com exceção de cargos em comissão e afins onde certamente e na maioria das vezes o QI vale mais do que o CV.



Muito infelizmente é pouco provável que o individuo consiga crescer dentro de uma empresa privada brasileira através de sua capacidade profissional como aquela propaganda de Uniesquina pode sugerir, pelo contrário, o apadrinhamento e a camaradagem marcam presença. 

O Brasil é a terra dos falastrões incompetentes que acabam sendo beneficiados pela cultura do apadrinhamento em determinadas parcelas do setor privado e mesmo do setor público.

Por esses e por outras o Brasil ainda parece preso no século passado enquanto outros países se aperfeiçoam e consequentemente trazem benefícios que auxiliam toda a humanidade.

8 comentários:

  1. Olá, Astronauta. Às vezes acho que vc tem uma máquina de leitura de pensamento, praticamente tudo que vc posta eu concordo plenamente.

    Tenho um post engatilhado sobre os motivos que me fazem ser um funça de viés liberal, mas sem esse romantismo que alguns têm sobre a iniciativa privada.

    Quanto ao tema, basta lembrarmos que a maioria é sempre medíocre, em qualquer lugar ou organização. No serviço público, talvez a mediocridade seja a regra absoluta, mas na iniciativa privada tbm não é muito diferente.

    Concurso é a forma menos pior de escolha para a maioria dos cargos públicos (discordo para os cargos policiais, por exemplo, onde os critérios físicos e psicológicos deveriam preponderar).

    Abraço!

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    1. Excelentes colocações como sempre, CI, ansioso pelo seu post sobre ser funça de viés liberal.

      No mias é isso aí, em outras palavras, é o brasileiro - em sua maioria - que é medíocre e não especificamente os servidores públicos como muitos parecem querer pintar.

      Grande abraço!

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  2. Tanto a esfera pública como a privada tem seus problemas.
    A cultura realmente não ajuda.

    Esses falastrões que você citou, que gostam de fazer média, rir das piadas sem graça de superiores, fazer supostos favorzinhos, ser sempre atenciosos e solícitos com superiores, porém não com os colegas de mesmo nível.

    Pessoas que adoram responsabilizar os outros quando as coisas não dão certo ou não vão bem, que ficam querendo fazer fama em happy hours e churrascos de fim de semana com colegas. Que ficam enrolando na empresa pra não voltar pra casa, porque não aguenta a esposa ou a esposa não o aguenta ou mesmo as duas coisas, caras que fogem de responsabilidades elegendo apenas coisas que o interessam e empurram o indesejado pros outros, são um dos tipos de câncer das empresas,sejam privadas, sejam públicas.

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    1. Pois é amigo, deve-se tratar td mundo igual, minha filosofia é algo assim: ou ri de piada sem graça d td mundo, ou não ri de ninguém, (rs). Eu mesmo não tenho aptidão para o puxa-saquismo.

      Infelizmente, ao brasileiro ainda falta muito a cultura da coletividade, que é td mundo trabalhar para um bem comum, mas não, muitos sonham com o parasitismo, "eu não vou fazer tarefa x, deixa pro outro", e no final td mundo acaba perdendo.

      Abraços!

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  3. acho que setor privado em qualquer lugar do mundo segue o mesmo padrão chimpa do QI que só beneficia malandros falastrões puxa sacos extrovertidos sociais.
    Ah, e não esqueça do famoso Xerecard!

    A diferença é que lá vc não tem tanta dificuldade de se recolocar no mercado ou virar autônomo. Ou ser for um nerdão beta, pode até virar mais um milionário da tecnologia...
    Assim, não fica TÃO refém de emprego fixo, da mesma empresa, etc. No Bostil, vc sai da empresa e se bobear passa anos desempregado ou capengando em bicos:
    https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/09/15/engenheiro-se-demitiu-e-esta-sem-trabalho-ha-9-meses-subestimei-a-crise.htm

    Também concordo com tudo que os colegas funças comentaram ali em cima.
    Phoda que nem concurso salva, só é o menos pior mesmo! Pouco mais de 1 mês e já tô pirando aqui com as macaquices dos colegas classe média matrixianos na minha repartição (Universidade Federal). Sem falar nas universitárias gostosinhas toda hora passando aqui, PQP! E o beta aqui só fica só na vontade. Ah... se eu fosse professor dessa bagaça... mas sou só um técnico lixo sem moral.
    Deixa pra lá... "Onde se ganha o pão, não se come a carne", certo ?

    Pelo menos posso me dar ao luxo de ficar só quieto na minha, fazer meu trabalho, pegar o contracheque e phoda-se! Que é o que eu sempre quis.

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    1. Hahaha, Petisco, o curioso é que um emprego destes de técnico aqui no interior e vc ta até muito bem pro custo de vida da cidade.

      No mais, é como vc falou, serviço público é só o menos ruim, nascemos no país errado, mas, fazer oq? vamos jogar com as cartas q temos e tentar virar servidores públicos do alto escalão.

      Grande abraço.

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Nobres leitores, se eu demorar a responder, é porque provavelmente tô fazendo cosplay de eremita e estudando pra concursos.

Aquila non capit muscas